Nem todas as pessoas enxergam direito, algumas são míopes, estrábicas, astigmáticas, enfim.. Algumas usam óculos, outras nem se importam e umas poucas são capazes de ver através das lentes. Esse poema é para todas elas, para os doentes e para os sãos, potentes eles, ou não.
Eles os vivos,
insurgiram-se,
foram barreira,
fizeram "birra",
incineraram
Foram só eles,
os vivos,
os "bárbaros",
os "infantis",
os "vagabundos",
que gritaram,
berraram,
espernearam
de dor
Somente os vivos,
os anônimos,
os agitadores,
só eles,
pisaram firme,
ergueram-se,
deram a cara
à tapa
Eles os vivos,
os estigmatizados,
os seres humanos,
os INDELÉVEIS,
que marcaram a rua,
com sangue
e borracha
E nós,
os plácidos,
os cândidos,
os insípidos,
contemplamos
da sacada,
todos mortos:
Eles, os vivos
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