Mãos firmes no corrimão
da escada,
nada em volta é sólido,
nada em volta é sólido,
lábios, latidos, partidos, em
convulsão,
têmporas expostas, luzes, medo,
da fome, do frio que se aproxima,
do mundo que se agita ao redor,
do mundo que se agita ao redor,
da trilha amarga de pegadas
na estrada de lama.
Seria o mundo
um solstício
aterrorizante,
inverno duro,
furacão que sopra
e apaga a graça do
voo
da libélula?
Quem dera eu ser
minotauro,
senhor dos caminhos,
dispensar oráculos,
ser livre de enigmas,
de terremotos,
da solidão do monte
Olimpo
erguido em metal
concreto e
vidro,
praças, avenidas,
invenções.
praças, avenidas,
invenções.
E se não houvesse
tempo,
se tudo fosse mental no lugar de concreto,
que assim fosse,
se tudo fosse mental no lugar de concreto,
que assim fosse,
que o tempo se esvaísse
e deixasse o sangue dos homens livre,
e deixasse o sangue dos homens livre,
que não mais fosse contado,
venerado, medido,
e que nada mais o interrompesse.
e que nada mais o interrompesse.
Parem tudo! - Disse o
Dédalo
Uma flor nasceu na rua,
foi atropelada por um
carro
e se extinguiu
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