quinta-feira, 13 de março de 2014

Revolta

Fazer da ausência,
meio de vida,
existir entre frestas,
como reflexo opaco
nos vidros da janela,
mal iluminada

Violentar os campos
da discórdia,
do desgosto,
do desespero,
libertar os homens
de sua humilhação,
expulsá-los
de sua condição
de expulsos,
de expurgados

Tornar-me neutro,
incolor,
apreensível,
sentir na língua
o suor da pele
que gravita
pelos seios,
pelos pêlos,
pelas plebes

Mergulhar no siso,
inquietar-me,
fazer do pão a massa,
da massa o grito,
da escravidão o riso,
de um passado em risco,
das barreiras a convulsão


Fazer da fraqueza
a força,
da terra o chão
da menina a moça,
da liberdade
exatidão



Nenhum comentário:

Postar um comentário