quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Desejo que o silêncio
me corroa
e me torne frio
e impetuoso

para que toque
a cama da lua,
para que dance nu
com as sombras,
enquanto me vejo
em frente ao espelho
sublinhado
em tons de cinza

Desejo que a morte
me torne etéreo
 e me perpetue
como o ápice
de minha inexistência
para que seja uma vez mais

vazio.


Desejo que a angústia
me liquide
e que o medo que tenho
rompa o véu,
açoite o metal
e faça badalar o sino
de um vento

que não sopra.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Quando o vazio dos passos
é maior que a sede pelo cume
é melhor largar a corda

A queda, a vertigem,
nada são além de alucinações
que tramitam nas veias
de um esqueleto frio
 e sodomizado.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O mundo não precisa ser salvo,
nós precisamos.
Prisioneiros famintos que somos
de nossas escolhas.
Filhos aflitos  do amanhã,
herdeiros loucos
da ausência ancestral,
mártires próprio eu
que se infla se encolhe
simultâneamente

Aparta-te de teu mano,
mostra-te único para
que te reconheças
num só corpo,
fixa tua angústia sob a terra

Apresenta-te sob a luz das estrelas,
sob o brilho dos holofotes permanentes,
ergue-te como ídolo
enquanto socializas tua essência

em um mundo que não estás