sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Sol

Quebro o silêncio e me solto
para não ficar só.
De palavras, me cubro
de mentiras,
todas rotas, terrosas,
alcalinas.
Através de minha língua,
construo bloco vazio
insustentável
e cru.
Giro pelas ruas,
me escondo pelas esquinas,
sambo ao som das buzinas,
morro de rir sozinho
pelos becos.
Essa é minha droga,
essa é minha vacina,
viver a vida de maneira
ensandecida,
sem pausa
e sem direção.
Meu caos se reflete
nas paredes sujas,
nas portas quebradas do armário,
nas roupas espalhadas
no chão do quarto.
Esse sou eu desperto,
ou eu insípido,
ou eu em coma.
Esse sou eu e pronto.
Esse sou eu, e ninguém mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário