sábado, 19 de julho de 2014
Duplo Epitáfio
Que a solidão
parta-me em dois
para que já não fique
sozinho
Dizem ser o rompimento
o caminho dos fortes
e dos sem alma
Daqueles que uivam
e que choram
sem razão,
por não saberem gritar
Morreu hoje
Rubem Alves,
morreu ontem
João Ubaldo
e eu,que pouco os conhecia,
poço de ignorância,
estou de luto
por ambos
De luto
por dois estrangeiros,
por dois homens do Brasil,
de luto pela literatura
e pela extrema presença
de um mundo
vazio.
Epílogo
Esse verso
dedico à distância,
que de tão cruel
me tornou aspero
e menos afoito
Dedico
às palavras
mal gastas,
aos soluços
repreendidos
e à fome,
que desde então
me alimenta
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Desejos
Eu quero o silêncio dos homens,
rompido.
O grito de choro, sufocado.
A energia atômica
dos brados de fúria
liberada.
Eu quero a revolta e o motivo,
que o mundo saiba que é mundo,
e que a sorte seja só
mais uma imperfeição
Eu quero que a insatisfação
seja legítima.
Quero que seja absurda.
Eu quero que a vida saiba
que é nossa.
Eu quero mais,e quero além,
porque o agora não basta
porque o agora é ninguém.
rompido.
O grito de choro, sufocado.
A energia atômica
dos brados de fúria
liberada.
Eu quero a revolta e o motivo,
que o mundo saiba que é mundo,
e que a sorte seja só
mais uma imperfeição
Eu quero que a insatisfação
seja legítima.
Quero que seja absurda.
Eu quero que a vida saiba
que é nossa.
Eu quero mais,e quero além,
porque o agora não basta
porque o agora é ninguém.
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